100%? / Estereótipos (Português)

Fiquei muito tempo sem vir aqui escrever... Andei umas semanitas sem inspiração, tanto para o blog como para o meu trabalho sobre o Dave Chappelle. O primeiro rascunho que tive de entregar nem sequer estava completo. Eu não gostei muito do que escrevi, mas a minha professora estava muito entusiasmada e disse que estava muito bom, para eu continuar assim. Ela disse que eu tenho muito talento para escrever e achou impressionante que eu escrevo assim tão bem em holandês, visto não ser a minha primeira língua. Isso motivou-me e escrevi a versão definitiva do trabalho muito concentrado e desta vez inspirado. Estou muito satisfeito com o trabalho que encontrei e tenho a certeza que vou ter uma boa nota.

Como vocês sabem, eu estou muito feliz por estar aqui. Ganho bem, se há alguma coisa que quero, sei que posso comprar. Tenho muitas pessoas à minha volta e estou muito contente e orgulhoso por tudo o que alcancei aqui. Todas as medalhas têm dois lados (como eles aqui dizem). Apesar de estar muito feliz e nunca me sentir sozinho, também é impossível para mim sentir-me completo. Aqui tenho muito, mas também há muito que deixei para trás. Eu aprendi a viver 'incompleto', mas não deixa de ser difícil. Sinto muitas saudades de tudo e todos que deixei em Portugal e daqueles que a mim deixaram para ir para um sítio melhor. As 'minhas' pessoas que deixei em Portugal (vocês sabem quem são, escuso de dizer os nomes), estão sempre comigo no coração e eu penso todos os dias nelas. Graças a eles e elas é que eu sou o que sou hoje. Aliás, sem estas pessoas eu não conseguia alcançar tudo o que alcancei. A vontade de não os desiludir é que me dá a força para viver incompleto.

Mudando de assunto...
A maior parte das pessoas tem a tendência para colocar etiquetas nas pessoas... "Ah, este veste-se assim, então é assado!"; "Este gosta desta música, então não gosta daquela"; "Olha, ele fala desta maneira, então é porque faz muito daquilo!". Porquê? Etiquetas para quê? Pessoas são seres humanos e por isso têm muitas facetas, muitos talentos, diferentes gostos e ocupações. Para quê tirar conclusões precipitadas?
E depois há aquelas pessoas que têm em mente os 'tipos':
- Então o que achas daquele(a) rapaz/rapariga?
- Éh, não é o meu tipo...
Muitas vezes nem conhecem a outra pessoa, já dizem "não é o meu tipo". Em minha opinião, aqui há duas coisas erradas. Primeiro, se não conheces, não julgues. Segundo, quer dizer, essas pessoas têm um 'tipo', um conjunto de característiscas a partir do qual vão julgando as pessoas. "Se ele/ela for assim, assim e assim, gosto dele/dela, senão adeuzinho...". Ainda bem que eu não tenho um 'tipo' senão era como se andasse na rua de olhos tapados. Rejeitar pessoas à partida. Eu acho que as pessoas que têm 'tipos' são pessoas com um mundo muito limitado. Abram os olhos e o mundo!! Ainda por cima, usam como desculpa para rejeitar alguém, "Não és o meu tipo, pronto!" e agem como se essa desculpa fosse suficiente. Como se essa desculpa não necessite mais explicações e pensam que é 'politicamente' correcta. Cada vez que ouço situações dessas, lembro-me de como estou contente por não ter 'tipos'. Estou aberto a tudos e todos e só aceito ou rejeito alguém depois de conhecê-lo/conhecê-la bem e pela maneira como essa pessoa é quando está comigo e não porque tenho uma 'checklist' com pontos (característiscas) aos quais ele/ela corresponde. Eu não sou perfeito e como tal não posso esperar de outra pessoa que seja tudo aquilo que eu idealizo.

Por hoje é tudo (como viram, a inspiração voltou)
Abraços e beijinhos,
Heldinho